Quando eu iniciei minha carreira em Rádio em 1985 no Rio Grande do Sul, conheci um árbitro, na época com 22 anos, chamado Carlos Eugenio Simon. Estudante de administração, um cara descontraído, mas também muito centrado, e por vezes sério até demais. Tive oportunidade de trabalhar em transmissões onde ele estava apitando. Lembro de uma passagem (deve ter sido lá por 1988) em Erechim, no Jogo Grêmio e Ypiranga, em que eu estava com um problema sério de retorno, e a determinação da Federação gaúcha era para que os repórteres se posicionassem atrás das traves, porém eu conversei com ele (Simon) e pedi para que ele deixasse eu trabalhar na margem do campo, e ele com o seu sotaque gaúcho carregado disse: “ eu nem vi você” e assim eu consegui me posicionar quase na frente do banco de reservas do Grêmio e trabalhei com tranqüilidade. Numa época em que o Rio Grande do Sul tinha, José Mocelin, Luis Torres, Paulo Sérgio Pinto, e tantos outros, Simon foi referência. Foram Seis decisões Nacionais, Três copas do mundo sem contar jogos importantes nos campeonatos regionais. Hoje chorei de verdade ao ver o gesto tradicional de encerramento do Jogo Fluminense e Guarani. É claro que cometeu diversos erros, mas quem não os comete? Agora não sei se continuará atuando já que em função da idade (45 anos) encerrou sua carreira na Fifa, talvez continue atuando em jogos dos estaduais. Mas, na minha opinião, deveria parar agora, por cima depois de uma atuação impecável na decisão. Valeu Simon.
